PorUm debate que vem sendo muito recorrente é sobre o uso do Wi-Fi nas escolas e em até que ponto isso pode ser benéfica. O auxílio nos estudos e a interatividade tende a ser muito bem-vinda, porém a possibilidade de desvio de atenção é um risco ainda maior.
De acordo com uma pesquisa do Cetic.br, divulgada em outubro de 2023, 95% da população de 9 a 17 anos faz uso da internet, sendo o celular um dos dispositivos de acesso para 97% e a única forma de conexão para 20%.
É claro que, sabendo desses dados, espera-se que uma quantia considerável de alunos não só levem seu celular para a escola, mas também utilizem o dispositivo durante a aula. Por isso, faremos uma comparação entre os prós e contras sobre esse polêmico tópico.
Benefícios do Wi-Fi nas escolas
A internet permite que tanto alunos quanto professores não fiquem limitados apenas aos meios convencionais de ensino, como cadernos e apostilas. Apesar de certa rejeição por parte de algumas pessoas, há muita coisa interessante na web, desde artigos a videoaulas. Em algumas escolas, inclusive, os docentes chegam a passar vídeos e documentários para aprimorar o conhecimento dos alunos com uma estratégia muito interessante: trazer conteúdo de youtubers famosos para fazer essa ponte entre aluno e matéria. Os canais Nostalgia e Space Today são bons exemplos: O primeiro trata muito bem os conteúdos de história, sobretudo, e geografia. Já o segundo é mais focado em astronomia e astronáutica.
Gamificação: Trazendo jogos para a sala de aula
Outra estratégia muito bem-vinda é a gamificação : uma metodologia inovadora que vem conquistando até os educadores mais tradicionais. Propor quizzes durante as aulas valendo prêmios para os vencedores é uma excelente opção para atrair a atenção dos jovens durante as aulas.
Um dos mais famosos é o Perguntados, que conta com questões de história, geografia, inglês, ciência e artes. Ele funciona de maneira bem simples: Um jogador enfrenta o outro. Cada um gira a roleta, que irá sortear o tema das perguntas e vence quem tiver mais acertos.
Outro muito famoso é o Kahoot!. Nele, o professor poderá criar um quiz personalizado e compartilhá-lo com a sala de aula através de um PIN.
Há alguns casos mais conhecidos, como um em que o famoso o game Minecraft foi usado numa aula de artes para ensinar impressionismo aos alunos. Veja o que disse a professora:
Nós usamos o tour virtual do Google Art Project para visitar museus ao redor do mundo. Eu escolhi trabalhar com o Impressionismo, já que esse movimento traz a questão das pinceladas rápidas e a importância de retratar a impressão do momento. Os alunos conheceram galerias e obras de artistas famosos mundialmente, como Monet e Renoir. Depois, eu propus que realizassem releituras das obras vistas usando os blocos do jogo ao invés de pincéis.
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Possíveis riscos do Wi-Fi nas escolas:
O grande problema do Wi-Fi nas escolas, claro, é bem nítido: o desvio de atenção e desinteresse que vem aumentando cada vez mais. De acordo com uma matéria do portal UOL, 8 em cada 10 brasileiros de 15 anos confessaram ficar distraídos com o uso de celulares durante as aulas de matemática. Não só isso, mas o baixo desempenho em língua portuguesa e ciências também assusta. 50% dos estudantes não conseguem encontrar a ideia principal de um texto, o que é quase praticamente o dobro de outros países como Singapura, Japão, Coreia e Suíça (26%).
Outra questão é que, em regiões mais periféricas, ainda há muitas pessoas sem acesso a uma conexão e, consequentemente, sem um aparelho celular. Isso causaria uma desigualdade muito grande nas escolas. Felizmente, o MEC tem trabalhado para implementar o acesso à internet em escolas para fins pedagógicos. Conforme informado, “a Estratégia Nacional definirá, com base em parâmetros de referência, qual é a conectividade adequada para as escolas. Assim, vai assegurar o uso pedagógico da tecnologia em sala de aula e coordenar todos os recursos e atores do governo federal envolvidos no tema, garantindo a prioridade de conectar todas as escolas públicas da educação básica do Brasil até 2026.”
A pandemia da COVID-19, por outro lado, acelerou significativamente o acesso à internet entre os alunos, impulsionada pela necessidade de continuidade educacional durante o fechamento das escolas. Com o ensino presencial interrompido, houve uma transição para o aprendizado online e, posteriormente, híbrido, obrigando instituições de ensino, governos e famílias a investirem em infraestrutura tecnológica e conectividade. Muitos alunos que anteriormente não tinham acesso adequado à internet foram beneficiados por iniciativas governamentais e privadas que distribuíram dispositivos eletrônicos e ampliaram a cobertura de internet. Além disso, o desenvolvimento e a adoção de plataformas de ensino remoto e recursos digitais se expandiram, proporcionando aos alunos maior acesso a materiais educativos, interatividade e novas formas de aprendizado, contribuindo para a inclusão digital e preparando-os para um futuro cada vez mais conectado.
Conclusão:
Fato é que este tema de Wi-Fi nas escolas ainda será motivo de muita discussão. Há quem defenda a proibição de smartphones em ambientes pedagógicos, alegando os problemas citados acima, mas há quem defenda, pontuando boas práticas da utilização da internet como ferramenta de aprendizado.
Uma opção que as instituições de ensino podem adotar seria o uso de Hotspots Wi-Fi em seus ambientes. Eles permitem o rastreio completo de todos os usuários cadastrados. Funciona assim: Ao clicar para acessar a rede, o usuário deverá fazer um cadastro ou login informado seu e-mail, número de telefone ou redes sociais. Desta forma, o gerenciador da rede terá acesso a esses dados, além de saber o quanto de internet está sendo gasto por pessoa. Outra função interessante é a possibilidade de restringir o acesso a somente uma hora, por exemplo. Assim, os professores podem solicitar a liberação do Wi-Fi quando precisarem utilizá-lo em aula.
Confira alguns artigos onde falamos sobre essa nova tendência que promete revolucionar o uso da internet:
